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domingo, 12 de fevereiro de 2012

Milícia chefiada por PM na ´mira´ da Polícia Civil

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Armas apreendidas ao longo da apuração dos crimes estão sendo submetidas à perícia
FOTO: VIVIANE PINHEIRO
Além de um duplo homicídio ocorrido no ano passado, a empresa de vigilância é acusada de outras 17 mortes
A Polícia Civil aprofunda as investigações acerca da suposta participação de uma empresa de segurança clandestina comandada por um sargento reformado da Polícia Militar nos bairros Planalto Ayrton Senna (Pantanal) e Pan-Americano.

A Reportagem teve acesso a depoimentos de testemunhas de mais um crime atribuído à milícia. Nos relatos à autoridade policial, fica evidente o medo que o grupo armado impõe aos moradores dos dois bairros, sob o pretexto de prestar segurança.

Execução
No fim do mês passado, o policial militar reformado Paulo Lima Pessoa, 43, foi ouvido no 19º DP (Conjunto Esperança) para explicar a participação de um membro da empresa de vigilância, a qual ele é apontado como proprietário, na execução do ajudante de produção Carlos Alberto Alves. O crime ocorreu no Pantanal, em agosto de 2008. O militar prestou depoimento no dia 24 de janeiro, declarações que foram anexadas ao inquérito de nº 119/139-2009. Ele negou ser o dono da empresa e também afirmou não conhecer o vigilante acusado do crime.

Segundo testemunhas, o rapaz foi morto por um funcionário da empresa ´Pessoa Segurança´ na madrugada do dia 14 de agosto de 2008, próximo ao ´Bar dos Reis´, no bairro Planalto Ayrton Senna (Pantanal).

Conforme o depoimento de uma testemunha (identidade preservada), dias antes de ser morta, a vítima havia se desentendido com um vigilante identificado como ´Guilherme´, na Rua Ipaumirim. Na madrugada do dia 14, Carlos Alberto estava conversando com amigos próximo a um bar quando o acusado e outro funcionário da empresa de segurança chegaram no local.

Sem discussão, o homem sacou um revólver e atirou quatro vezes contra a vítima, mas a arma falhou nas três primeiras tentativas e apenas no último disparo atingiu a cabeça do jovem. Ele foi levado para o Instituto Doutor José Frota (IJF-Centro), mas não resistiu ao ferimento.

O inquérito sobre o caso foi enviado ao Poder Judiciário e devolvido para mais investigações, em julho de 2010. O delegado Gerardo Luiz Alves, a época na titularidade do 19º DP, deu prosseguimento e ouviu várias testemunhas que apontaram o vigilante da ´Pessoa Segurança´ como o autor do crime.

Ao assumir a DP, o delegado Aurélio Pereira de Araújo foi encarregado de apurar o duplo assassinato, que vitimou o casal Cláudio Willame da Silva, 22; e Maria Auricélia Santos da Silva, 32. Durante as investigações sobre o duplo homicídio, que resultou no indiciamento de Paulo Pessoa, o irmão dele, Francisco Lima Pessoa, 28, o ´Chico da Nazaré´; e outros quatro supostos integrantes da milícia, Aurélio realizou um minucioso levantamento acerca de crimes sem autoria conhecida no Pantanal e encontrou 16 casos de execuções sumárias desde 2007.

"Depois de analisar alguns desses casos, chegamos ao nome da empresa"disse. Aurélio evitar denominar o grupo como uma milícia, mas sustenta que as testemunhas apontam integrantes da empresa de vigilância como "os matadores do bairro´.

EMERSON RODRIGUESREPÓRTER

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