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domingo, 4 de março de 2012

Gelatina não é um alimento tão saudável quanto parece

A gelatina é um alimento saboroso, aromático, de baixo custo e adorado por muitos. Mas, apesar das vantagens aparentes e da crença acerca do benefício do colágeno presente nessa sobremesa, discussões sobre os seus compostos voltam sempre à tona, despertando a dúvida: afinal, a gelatina é ou não uma vilã? 
A nutricionista Ermelinda Lara, que atuou por 21 anos no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), é categórica ao afirmar que a gelatina é um alimento de péssima qualidade para a saúde, cuja ingestão é completamente dispensável para o organismo. "A gelatina é um alimento vazio. Além de ser desprovida de vitaminas e proteínas, contém corantes e aspartame, que podem ser altamente cancerígenos e tóxicos se houver excesso no consumo", explica a nutricionista.
 Presente não só na gelatina, mas também na composição dos refrigerantes e dos refrescos em pó, o aspartame, substituto químico do açúcar, é um desses ingredientes considerados nocivos à saúde. Depois do consumo, o aspartame é convertido em formaldeído (formol) no nosso corpo, substância comparada ao grupo de drogas como arsênio e cianeto. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o formoldeído é usado como coagulante na gelatina devido às suas propriedades antissépticas e preservativas. 
Questionada sobre os riscos da introdução precoce da gelatina na infância, Ermelinda diz que é importante que os pais levem em conta que, apesar de ser um alimento leve e tolerável, a gelatina não tem nenhum valor nutricional. "Nós, profissionais da saúde, oferecemos a gelatina como alimento somente em casos especiais, como os de pós-operatório, no qual o paciente sai de uma dieta líquida para uma dieta pastosa, por ser um alimento de fácil digestão e de baixo resíduo", observa. Para ela, alguns pediatras incorrem em um grave erro ao recomendarem a adição da gelatina na alimentação de crianças, sobretudo, bebês. 
A presidente do Departamento Científico de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, Virginia Weffort, concorda. "Até 1 ano de idade, somente o açúcar que vem das frutas deve ser consumido. Não há necessidade nenhuma da gelatina na dieta da criança. Além de obesidade, diabetes e cáries, o excesso de açúcar na dieta pode causar alergia alimentar", alerta Virginia.
Casos de hiperatividade relacionados ao consumo de corantes, como tartrazina e amarelo-crepúsculo, ambos usados na gelatina, são conhecidos. "Eles estimulam o sistema nervoso central", diz Virginia. 
Lidia Lopes, mãe de Téo e Ravi, afirma que pondera o consumo da sobremesa e, por isso, condiciona os filhos a buscarem comidas naturais. "A oferta na minha casa é na cesta de frutas. Às vezes, preciso me esforçar para que eles comam banana. Mas bons hábitos começam desde cedo".
Para a nutricionista Ermelinda Lara, quem tem a gelatina no cardápio diário precisa repensar a dieta. "A indústria alimentícia é um veneno. E, de uma maneira geral, não há fiscalização subsequente no Brasil dos produtos que entram no mercado", diz.
O que não pode haver, segundo ela, é a substituição de alimentos ricos em fibras, vitaminas e proteínas por produtos industrializados como a gelatina, cujo consumo não deve ultrapassar duas vezes na semana. "Para as crianças, os pais podem oferecer bananinha amassada com mel, por exemplo, na sobremesa, acompanhada de um suco de laranja ou até mesmo um doce de frutas, como um picolé", orienta a profissional. 
 Colágeno e proteína:  mitos
 Os adultos que se perguntam sobre os benefícios do colágeno na gelatina comum também devem entender que o organismo não absorve colágeno e, sim, aminoácidos oriundos da digestão dele, que são aproveitados de formas distintas pelo corpo.
 "Quem toma gelatina para ficar durinho, achando que está melhorando o tônus dos tecidos, está vivendo um mito. Isso é uma balela", lembra a nutricionista Ermelinda Lara. Por essa razão, ela alerta, a melhor opção é investir em uma alimentação mais equilibrada e saudável, livre de produtos artificiais.
 "A única proteína da gelatina (a elastina) é vazia e não se encaixa em nenhum grupo de proteínas essenciais para o nosso organismo", ressalta Ermelinda.

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