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terça-feira, 24 de julho de 2012

Porto do Pecém - Usina de ondas inicia geração

O protótipo que converte eletricidade a partir das ondas do mar é formado por dois módulos compostos de flutuador, braço e bomba : Francisco Viana

Já está em operação a primeira usina de geração de energia elétrica por meio de ondas da América Latina, localizada no Porto do Pecém. Antes programada para iniciar suas atividades no fim de 2010, a planta teve sua primeira geração no último dia 24 de junho, segundo informou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que tem o projeto em seu Programa de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).

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Mesmo com pequena capacidade de geração de energia, a usina é considerada um avanço pela Aneel

A geração de eletricidade durou dez minutos e alimentou os sistemas auxiliares da própria usina - iluminação e ar-condicionado. A Aneel informa que as operações e testes continuam, a fim de que a usina seja capaz de gerar por mais tempo. Orçado em R$ 14,4 milhões, o projeto tem duração de 36 meses.

A detentora do projeto é a Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A proponente foi a empresa Tractebel Energia S.A. A capacidade de produção da usina, que está instalada sobre um dos píeres do Terminal Portuário do Pecém, é de 50 quilowatts (kW).

Avanço significativo

Conforme a Aneel, a geração, ainda que pequena, representa um grande avanço, uma vez que a costa brasileira apresenta boas condições para este aproveitamento energético, por conta de sua proximidade com o mercado consumidor composto por cidades de alta densidade demográfica. "Além disso, o aproveitamento dos recursos do mar apresenta perspectivas promissoras em função de fatores como extensas áreas, ampla distribuição mundial dos oceanos e, principalmente, alto potencial de geração de energia, as maiores entre todas as fontes renováveis", informou a agência, por meio de sua assessoria de imprensa.

O protótipo que converte eletricidade a partir das ondas do mar é formado por dois módulos compostos de flutuador, braço e bomba, que, quando fixados no quebra-mar, contribuem para um único conjunto de turbina, gerador e câmara hiperbárica para a geração de eletricidade. O conversor, desenvolvido no Laboratório de Tecnologia Submarina da Coppe, tem como vantagem a facilidade de fabricação, com potencial para a participação da indústria nacional.

Além disso, destaca-se o seu fácil acoplamento ao sistema de dessalinização pelo processo de osmose reversa, o qual consiste em um procedimento mecanismo bastante eficiente para obtenção de água potável a partir da água do mar.

Potencial brasileiro

O litoral brasileiro, de cerca de 8 mil quilômetros de extensão, é capaz de receber usinas de ondas que produziriam algo em torno de 87 gigawatts. Desse total, 20% seriam convertidos em energia elétrica, o que equivaleria a 17% da capacidade total instalada no País.

Projetos de usinas de produção de energia através das ondas do mar já são realizados, com tecnologias diferentes, em países como Portugal, Holanda, Japão e Reino Unido.

Capacidade
50 quilowatts é o quanto pode gerar a usina, que se encontra em fase de teste, sobre um dos píeres do Terminal Portuário do Pecém

SÉRGIO DE SOUSAREPÓRTER 

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