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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

NOVA NOVELA DA GLOBO - "AQUELE BEIJO"


FOTO: AGNEWS/DIVULGAÇÃO

Preocupado. Consumidor de livros e filmes, Falabella diz estar preocupado com a internet. Apesar das maravilhas proporcionadas por redes sociais, segundo ele, elas evitam o pensamento completo.
AGNEWS/DIVULGAÇÃO
Preocupado. Consumidor de livros e filmes, Falabella diz estar preocupado com a internet. Apesar das maravilhas proporcionadas por redes sociais, segundo ele, elas evitam o pensamento completo.

O riso é a gasolina do espírito

Rio de Janeiro. A nova novela de Miguel Falabella, "Aquele Beijo", estreia dia 17 na faixa das 19h - substituindo "Morde e Assopra" na Globo. E, ao contrário do que muitos autores poderiam declarar, ele revela: "Muita coisa da minha vida está ali". As referências vão desde a forma do artista enxergar a vida até uma compilação de frases colecionadas por ele desde a infância.

"Essa novela é a minha cara. Eu olho para a vida como uma comédia, gosto de brincar com o politicamente incorreto. Eu, aliás, não escrevo o ‘Globo Repórter’ nem o ‘Jornal Nacional’. Eu faço ficção", disparou na coletiva de imprensa, realizada na loja cenográfica Comprare - um dos principais ambientes da trama -, no Projac, no Rio de Janeiro.

Outro ponto forte do artista, que é capaz de rir de si próprio e até das suas tristezas e frustrações, é olhar para os excluídos.

"Eu vejo aqueles que ninguém vê. Aqueles que são capazes de sorrir da própria dificuldade, da própria tristeza", afirma.

Para dar luz a essa visão particular do mundo, Falabella, mais uma vez, cercou-se de antigos amigos - inclusive da sua musa, a atriz e modelo Grazi Massafera, que foi protagonista no seu último folhetim, "Negócio da China", exibido entre 2008 e 2009.

"Algumas pessoas pensam que existe uma panelinha. Mas eu declaro: não há. Eu e essa turma que está na novela formamos uma espécie de falange artística. Nós nos buscamos sempre, seja de uma forma ou de outra", declarou, completando o pensamento: "Eles são frequentadores da minha casa, são meus amigos. Sabem muito bem quem eu sou".

Dessa tal "falange", destaca-se, segundo ele, a atriz veterana Marília Pêra, responsável em levá-lo para o teatro; Cininha de Paula, parceira de outras produções na Globo; Cláudia Jimenez, que intuiu os seus textos; e o diretor de núcleo Roberto Talma, influenciador da sua carreira na televisão.

No elenco, também há outros atores que possuem uma certa intimidade com o artista. Diogo Vilela, por exemplo, integrou o elenco da peça "Gaiola das Loucas", que ficou em cartaz entre o ano passado e o início deste ano; Fernanda Souza também contracenou com o autor na série "Toma Lá, da Cá", que foi ao ar entre 2005 e 2009.

Falabella, entretanto, não nega as rédeas da emissora carioca sobre os protagonistas.
"As estrelas tem que ser as disponíveis na casa. Na Globo, como em todo lugar, existe uma hierarquia: protagonistas, antagonistas e coadjuvantes", explica, muito satisfeito com a escalação, principalmente, da atriz Grazi Massafera.

Calcando o seu texto - de acordo com ele, diferente de todos os roteiros geralmente escritos para a televisão - num narrador onisciente e trazendo à luz uma edição menos convencional, a ideia central da trama é arrancar gargalhadas do público e mostrar uma comédia romântica leve e inspirada em personagens muito próximos do real.

"Em determinado momento, eu vou perguntar o que as mulheres, realmente, gostariam de escutar. Nessa hora, a câmera corta para vários atores e eles dizem frases, como ‘você é linda’, ‘quero que você seja a mãe dos meus filhos’, e por aí vai", revelou.

Nesse romance pincelado com anedotas, um triângulo amoroso será estabelecido entre Cláudia (Giovanna Antonelli), Vicente (Ricardo Pereira) e Lucena (Grazi Massafera). Para Falabella, esse imbróglio entre os três resume o mote central da trama: "Quantas vezes você já cruzou com o amor da sua vida sem se dar conta?".

Sem preocupações. Durante a temporada da primeira novela de autoria exclusiva de Miguel Falabella, "Negocio da China", ele foi massacrado pela mídia. Pois, o folhetim não atingiu os picos de audiência esperados pela emissora. Não remoendo esse passado recente e livre de qualquer pretensão de escrever a principal trama da casa, a das 21h, Falabella declara não baratear uma história apenas para atingir o ápice da aceitação.

"Eu escrevo com o coração, faço com o mesmo sentimento para o teatro e para a televisão", disse, ressaltando: "As minhas histórias trazem a graça. Afinal, o riso é a gasolina do espírito".
Inspiração
O subconsciente do autor em suas frases
Além de escrever "Aquele Beijo", Miguel Falabella estará em todos os capítulos. Mas não como ator. "Me deu vontade de contar uma história para as pessoas, por isso criei um narrador onisciente na trama", revela.

Essa vontade de fazer citações em uma telenovela não é nova. "Quando apresentava o programa "Vídeo Show", sempre finalizava as edições com uma citação, e as pessoas gostavam muito. Esse foi a alimento dessa ideia", diz.

As citações, muitas vezes, não são de autoria de Falabella. Elas foram parar no seu subconsciente através dos livros.

"Eu vou dizer coisas lindas, coisas que escutei e li durante toda a minha vida", conta, revelando que desde criança sempre leu muito. "Eu pedia brinquedos para os meus pais e ganhava livros. Depois de ler e contar a história, ganhava os brinquedos. Por isso me tornei um leitor voraz".

Questionado sobre o futuro, após a novela, Falabella é incisivo em dizer: "Eu não sei, mas vou morrer escrevendo e inventando moda". (FP)

fonte: O Tempo/Jornalismo de Qualidade

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