O diabetes é uma doença que merece muita atenção, principalmente por sua característica silenciosa. Em fases avançadas da enfermidade, complicações nervosas podem levar à amputação de membros. Por isso, a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Cardiovascular (SBACV) lançou um manual de tratamento do chamado pé diabético - condição clínica responsável por cerca de 50 mil amputações por ano de membros como perna e coxa.
Quando o diabetes não é controlado, as alterações no sistema nervoso levam a problemas na pele, nas unhas e no sistema vascular, fazendo com que o paciente tenha pé ressecado, redução da sensibilidade e má formação das unhas. Esses fatores criam rachaduras e lesões maiores. Sem tratamento adequado, a ferida evolui, resultando na amputação.
O objetivo da cartilha é orientar médicos, profissionais da saúde, familiares e cuidadores a identificarem sinais da doença e, assim, reduzir pela metade os casos de amputação. O manual explica o surgimento das lesões e oferece fotografias com exemplos de complicações.
Segundo a cartilha, as pessoas que mantêm contato com o paciente também podem ajudar na prevenção. "Todos profissionais que atendem aos diabéticos têm que fazer um exame meticuloso dos pés dos pacientes. E a participação da família é importante. É preciso inspecionar os pés dos diabéticos diariamente", orienta Calógero Presti, presidente da SBACV.
Estima-se que 10 milhões de brasileiros sejam diabéticos, mas metade não sabe que porta a doença.
"Cerca de 15% dos diabéticos terão feridas nos pés. Se elas não forem tratadas adequadamente, estima-se que 20% dos pacientes com feridas estarão sujeitos a algum tipo de amputação", alerta.
Segundo o médico, as amputações - e o diabetes - podem ser prevenidas com medidas gerais a serem seguidas no dia a dia. Entre elas, estão controle do açúcar no sangue (glicemia), proibição do cigarro e das bebidas alcoólicas, controle da pressão arterial e do colesterol, além do tratamento de doenças que comprometam a circulação.
O material pode ser acessado em sbacv.com.br
MINIENTREVISTA COM CALÓGERO PRESTI
"Cerca de 15% dos diabéticos terão feridas nos pés"
Calógero Presti Cirurgião geral- Presidente da sociedade brasileira de angiologia e cirurgia cardiovascular
Como os familiares, os cuidadores e os próprios diabéticos devem cuidar dessa situação?Em geral, as lesões são crônicas, de longa evolução, e os cuidados higiênicos são fundamentais. É preciso inspecionar os pés dos diabéticos diariamente. Muitos desses pacientes têm dificuldades visuais e não podem fazer essas inspeções. Como não sentem dor, muitas vezes se instalam lesões que se infeccionam e o paciente não percebe. Não só a família, mas os agentes de saúde que ministram a atenção primária também têm papel muito importante.
O que o paciente deve fazer para se prevenir?
É preciso haver cuidado extremo com os pés, corte adequado das unhas sem machucar os dedos e manter o pés sem umidade.
Onde a cartilha será distribuída?A cartilha será distribuída aos profissionais de saúde que fazem atendimento de pacientes diabéticos.
Existem números no Brasil sobre as amputações anuais?São realizadas cerca de 50 mil amputações por ano em pacientes diabéticos, incluindo amputações menores (dedos, pé) e maiores (perna e coxa). Cerca de 15% dos diabéticos terão feridas nos pés. Acredita-se que, com uma abordagem adequada do sistema de saúde, metade das amputações
existentes no país poderia ser evitada.
OTEMPO
O que o paciente deve fazer para se prevenir?
É preciso haver cuidado extremo com os pés, corte adequado das unhas sem machucar os dedos e manter o pés sem umidade.
Onde a cartilha será distribuída?A cartilha será distribuída aos profissionais de saúde que fazem atendimento de pacientes diabéticos.
Existem números no Brasil sobre as amputações anuais?São realizadas cerca de 50 mil amputações por ano em pacientes diabéticos, incluindo amputações menores (dedos, pé) e maiores (perna e coxa). Cerca de 15% dos diabéticos terão feridas nos pés. Acredita-se que, com uma abordagem adequada do sistema de saúde, metade das amputações
existentes no país poderia ser evitada.
OTEMPO
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