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sábado, 10 de março de 2012

LEITE EM VEZ DE SORO TERIA MATADO BEBÊ

A morte de um bebê no Hospital Municipal de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, no último dia 2, pode ter sido causada pela imprudência de uma técnica em enfermagem. A suspeita é que ela tenha injetado leite ao invés de soro na veia de Arthur Felipe Alves de Oliveira, de 1 mês. A causa da morte está sendo investigada pelo Instituto Médico Legal (IML) e, segundo a Polícia Civil, o laudo deve ser divulgado em 30 dias.
A Secretaria Municipal de Saúde informou que abriu uma sindicância para apurar o caso. O hospital admite que o problema pode ter acontecido, mas ressalta que somente o laudo irá atestar o que causou a morte da criança quatro dias depois de ela dar entrada no hospital. No atestado de óbito, a causa da morte consta como "indeterminada sob investigação".
Um boletim de ocorrência foi feito pelos policiais que foram buscar o corpo do bebê, já que um dos funcionários comentou que poderia ter ocorrido a confusão. Na ocorrência, consta que o bebê morreu de "mal súbito".
A mãe de Arthur, a cabeleireira Dircéia Alves de Oliveira, de 39 anos, contou que não foi informada sobre a possibilidade de ter sido aplicado leite na veia do filho. "Me disseram apenas que ele tinha morrido por insuficiência respiratória. É difícil acreditar nesse tipo de erro", afirmou.
Dircéia só soube da suspeita ontem, quando foi procurada por policiais. "Nada vai diminuir a dor de ter perdido meu filho, mas quero punição caso haja erro", afirmou. Ela disse que, se o laudo do IML comprovar que houve negligência, vai acionar a Justiça.
Segundo a cabeleireira, o filho nasceu no dia 31 de janeiro com problemas cardiorrespiratórios. No dia 28 de fevereiro, ela notou que o bebê estava com a respiração cansada e ficando roxo. Ela o levou ao centro de saúde da Vila São Paulo, onde foi aconselhada a transferi-lo para o hospital.
Arthur foi direto para o Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital Municipal de Contagem, mas, como não era recém-nascido, foi encaminhado ao pronto-socorro do hospital. Só no dia 1º de março, quando piorou, ele foi levado de volta para o CTI. "A boca dele começou a espumar e ele foi ficando muito roxo, aí, o levaram para o CTI, mas, no outro dia, ele não resistiu e morreu", disse Dircéia. O hospital informou que está apurando se houve demora na transferência para o CTI.
Não foi informado o dia em que, supostamente, o bebê teria recebido o leite na veia. Segundo um policial, que preferiu não ser identificado, funcionários do hospital afirmaram que foi no dia 29 de fevereiro.
Caso parecido
No dia 7 de novembro de 2011, o bebê Kauê Abreu dos Santos, de 13 dias, morreu após receber 10 ml de leite na veia, em São Paulo. A criança nasceu prematura e estava internada na UTI do Hospital Municipal Professor Mário Dégni. O bebê recebia medicamentos na veia e se alimentava por meio de sonda com o leite tirado da mãe. A sonda estava colocada no nariz do bebê para levar o leite direto para o estômago. Porém, uma auxiliar de enfermagem se confundiu e injetou o leite na veia do recém-nascido em vez de colocar na sonda. Ela foi demitida.
Técnica em enfermagem foi afastada
Um dia após a morte de Arthur Oliveira, o Hospital Municipal de Contagem afastou a técnica em enfermagem que teria injetado o leite na veia do bebê. De acordo com a assessoria de imprensa da unidade, uma sindicância foi aberta para apurar se houve falha no atendimento ao bebê. Enquanto o caso não estiver concluído, a funcionária não poderá voltar ao trabalho.
Por meio de nota, a assessoria de imprensa do hospital afirmou que, nos quatro dias em que a criança esteve no hospital, ela foi atendida por um pediatra e apresentava insuficiência respiratória grave, que também pode ter ocasionado a morte.
O que o leite provocaDe acordo com a médica e coordenadora do curso de medicina do UniBH, Vera Andrade, a gordura do leite é levada pelo sangue e obstrui vasos do pulmão, causando insuficiência respiratória que leva à morte. "Não dá para tirar a gordura do sangue, as consequências são muito rápidas", explicou.
OTEMPO

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