Cientistas acompanharam 20 mil pessoas durante uma década
Wageningen, Holanda. Em um amplo estudo sobre hábitos alimentares e saúde, que durou mais de uma década, cientistas holandeses chegaram à conclusão de que comer frutas como maçã ou pera ajuda na prevenção do acidente vascular cerebral (AVC).
Os pesquisadores acompanharam um grupo de 20.069 homens e mulheres holandeses com idades entre 20 e 65 anos e sem histórico de doenças cardiovasculares. A princípio, os participantes preencheram um questionário com 178 itens sobre a frequência da ingestão de determinados tipos de alimentos. Além disso, foram analisados outros aspectos do dia a dia, como a presença ou ausência de exercícios físicos e outros fatores relacionados à dieta.
Depois do questionário inicial, os sujeitos foram acompanhados durante dez anos pela equipe de Linda M Oude Griep, do departamento de Nutrição Humana da Universidade de Wageningen, na Holanda. No decorrer da década, 233 incidentes cardiovasculares aconteceram entre os membros do grupo, sendo 19 deles fatais.
Cores. Para efeitos de análise, as frutas e os vegetais foram classificados em quatro grupos de cores: verdes, laranja/amarelo, vermelho/roxo, e brancos.
Segundo os pesquisadores, a cor das frutas e dos vegetais indica a presença de determinados pigmentos como carotenoides e flavonoides. A cor pode, portanto, indicar parte da composição química dos vegetais.
Dentre os resultados, os cientistas descobriram que a ingestão frequente de frutas e verduras do grupo branco - como maçãs e peras - foi associada à redução do risco de derrames cerebrais.
Dentre os resultados, os cientistas descobriram que a ingestão frequente de frutas e verduras do grupo branco - como maçãs e peras - foi associada à redução do risco de derrames cerebrais.
De acordo com o estudo, um aumento de 25 g na dose diária de frutas e verduras do grupo branco - por dia - equivale a uma queda em 9% do risco de AVC.
Outros estudos já haviam associado o consumo de frutas cítricas à queda na incidência de infartos e outras doenças do coração. Mas esse foi o primeiro a relacionar diretamente o consumo de maçãs e peras com a incidência de derrames cerebrais.
Grupo branco
Saúde. Além das frutas do grupo branco, foram consideradas benéficas as influências de couve-flor, chicória, pepino, cogumelos frescos, alho, alho-poró e cebola, além de suco e molho de maçã.
Flash
Divulgação. Artigo explicando o estudo feito no Departamento de Nutrição Humana da Universidade de Wageningen foi publicado na edição deste mês da revista da Associação Norte-Americana do Coração.
HOLANDESES
Mulheres comem mais vegetais
Wageningen. Apesar de o estudo ter a intenção de analisar a influência do consumo de determinados alimentos na incidência de infartos e derrames, os resultados dizem muito sobre os hábitos alimentares dos Holandeses.
No cardápio das pessoas acompanhadas durante os dez anos de pesquisa, os alimentos mais consumidos foram do chamado grupo branco (36% da dose diária), seguido pelos alimentos do grupo laranja/amarelo (29%).
No grupo branco, maçãs e peras foram as frutas mais consumidas. Outro importante ingrediente nessa cesta de frutas foi a banana, porém, presente com menor frequência no cardápio.
Entre os acompanhados, as mulheres tinham um consumo diário maior de frutas e vegetais do que os homens e, em geral, os participantes consumiam durante a jornada uma dose diária que variava entre 378 g e 193 g de frutas e verduras.
A média de idade dos participantes era de 42 anos, sendo 45% do grupo do sexo masculino.
As mulheres – 55% do total – tinham um nível educacional mais baixo e consumiam menos álcool. Além disso, o grupo feminino teve um maior consumo de alimentos frescos, e menor consumo de produtos processados e carne vermelha que os homens.
Apesar dos resultados, os pesquisadores alertam para o fato de o estudo não ser suficiente para recomendar o consumo diário de frutas além do normal.
ESG
Nenhum comentário:
Postar um comentário